OBSTETRÍCIA
Planejando a gravidez
O filho deve nascer primeiro no coração, o planejamento começa com o desejo de gerar uma nova vida. Quando este desejo já existir, é hora de pensar nas condições para o aumento da família: a estrutura familiar, os aspectos financeiros, de moradia e o mais importante, a afinidade entre os pais. “As mudanças serão gigantescas: a intimidade do casal sofre muito com o novo estilo de vida; não há mais aquela liberdade para sair a qualquer momento. A vida sexual também sofre com as mudanças, o diálogo fica prejudicado, pois as conversas giram em torno apenas do bebê”,
Planejar é fundamental, desde o preparo da saúde dos futuros papais, até o uso de medicamentos pela mamãe que ajudam no desenvolvimento saudável do bebê, como o ácido fólico, um componente derivado da Vitamina B, que ajuda diminuir o risco de malformação no sistema nervoso do embrião.
Assim que o exame da mamãe dá positivo, outras dúvidas aparecem. Cada uma das perguntas são respondidas aos poucos e a cada etapa que passa, mais perguntas vão surgindo. Em geral, a gravidez tem seu curso influenciado por uma série de fatores, por isso, a grávida deve ter o cuidado de fazer um acompanhamento pré-natal rigoroso.
Deve fazer todos os exames laboratoriais, ter uma alimentação equilibrada, comer em intervalos menores de tempo e beber bastante líquido durante todo o dia, o que favorece a digestão, o funcionamento intestinal e diminui o risco do ganho de peso excessivo. As deficiências nutricionais podem acarretar aumento nos índices de abortos, malformações, restrição de crescimento intra-uterino e anemia.
Além disso, é ótimo manter uma atividade física regular quando não há contra-indicações médicas, como caminhada, natação, hidroginástica ou ioga.
Um dos assuntos que mais assombram os casais “grávidos” é o sexo. Muitos ficam com medo de ter relações sexuais pensando que isso poderá acarretar alguma complicação à gestação ou ao bebê. Esse medo não passa de um fantasma. A mulher grávida em alguns casos pode se sentir até mais apta para a atividade sexual. “O casal deve conversar e se amar da forma desejada neste período”, afirma o médico. De uma forma geral, quando não há contra-indicações médicas, a vida sexual pode e deve ser mantida. É saudável para os casais manter a relação normal. Afinal, a mamãe não está doente.
Uma das principais preocupações durante uma gestão é a alimentação da mamãe. Esse é o momento em que o organismo dela passa por grandes transformações. As necessidades nutricionais são elevadas neste período e podem impactar o crescimento e desenvolvimento do feto, mas aquela história de “comer por dois” é mito.
Pelo menos três meses antes de tentar engravidar, a futura mamãe deve aproximar-se o máximo possível do seu peso ideal, pois não é aconselhável emagrecer durante a gravidez. Mamães com excesso de peso podem desenvolver diversas doenças como: Diabetes Gestacional e as Síndromes Hipertensivas da Gestação.
Por isso, é muito importante fazer um acompanhamento pré-natal junto com uma equipe de nutrição, que pode dar melhores condições e oportunidades para uma gestação mais tranquila e saudável, diminuindo os riscos para a mãe e o bebê.
A última dúvida do casal antes do bebê nascer normalmente se refere ao parto. O que é melhor: parto normal ou cesárea? O parto natural é basicamente quando o médico acompanha o parto, sem intervenções – como anestesias, induções ou rompimento artificial da bolsa. Neste caso, o ritmo e o tempo do trabalho de parto são respeitados e, para alívio das dores, são utilizadas técnicas de respiração e relaxamento. A vantagem em relação à cesárea é a recuperação pós-parto que é muito mais rápida. Além de haver menores riscos de infecções e hemorragias. O processo pode levar várias horas, principalmente no primeiro parto. Os partos naturais podem ser realizados na posição em que a mulher julgar mais confortável: em pé, de cócoras ou até mesmo dentro da água.
A cesárea é uma opção que normalmente é tomada pelo médico obstetra, e muitas vezes é relacionada a alguns fatores que podem por em risco a vida da mãe e do bebê como, por exemplo, em caso de desproporção do tamanho do bebê em relação à bacia óssea da mãe, infecções maternas graves, gestantes diabéticas ou hipertensas, sofrimento fetal, posição desfavorável do bebê ou quando um trabalho de parto não progredir satisfatoriamente.
Depois é só curtir. A gestação acaba e uma fase ainda mais feliz está para começar!
O PRÉ NATAL
O pré-natal é o acompanhamento médico-obstétrico indicado para toda gestante. É um cuidado que deve se iniciar ainda antes da concepção e vai até o pós-parto, que é um período de 45 dias após o nascimento do bebê, conhecido como puerpério.
É durante o pré-natal que a nova mãe recebe orientações gerais sobre a gravidez, como o que fazer com possíveis alterações na pele, desconfortos comuns da mudança hormonal, como controlar o ganho de peso com uma alimentação saudável, etc. Além dos primeiros cuidados com o recém-nascido e a importância da amamentação.
Por que fazer o pré-natal?
Um dos principais objetivos do pré-natal é avaliar a saúde prévia da mulher, conhecer seu histórico médico para prever possíveis complicações que possam acontecer durante a gestação e comprometer a saúde da mãe e do bebê.
É importante, ainda, para acompanhar a evolução da gravidez, fazer diagnósticos precoces de malformações fetais ou doenças congênitas no bebê. E também conferir a saúde da mulher para evitar complicações graves como a pré-eclâmpsia.
Quando começar o pré-natal?
De preferência, o pré-natal deve ser iniciado três meses antes da concepção. Procurar um médico durante esse período é muito benéfico para que a gestação e o parto ocorram da forma mais segura e tranquila.
Um grande benefício de antecipar o pré-natal é já iniciar o uso de ácido fólico, que previne malformações do sistema nervoso central do bebê, como a anencefalia, além de checar as vacinas da gestante (a rubéola principalmente, que causa malformação fetal durante a gestação e a vacina deve ser tomada 3 meses antes da gravidez acontecer)e também, avaliar doenças preexistentes na paciente. Caso não seja possível antecipar as consultas, o pré-natal deve ser iniciado assim que a gravidez for confirmada.
Quantas consultas é preciso fazer?
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN), do Ministério da Saúde, recomenda que devam ser realizadas, no mínimo, seis consultas de pré-natal. Preferencialmente, elas devem ser distribuídas da seguinte forma: uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre.
O mais comum é que logo após a confirmação da gravidez as consultas sejam realizadas mensalmente. O maior número de consultas nos três últimos meses é para avaliar riscos de parto prematuro, pré-eclâmpsia, eclâmpsia, entre outras intercorrências que podem acontecer nesse período.
O que vai acontecer nas consultas do pré-natal?
A primeira consulta é a mais longa. É nela que será estabelecida a relação médico-paciente. Nessa consulta, o médico analisará toda a vida da gestante, como doenças preexistentes, cirurgias e gestações anteriores, hábitos de vida, alimentação, além de tirar dúvidas e orientá-la sobre como é o processo natural da gestação. Essas informações são muito importantes para tranquilizar a futura mamãe. Por isso, não saia do consultório com dúvidas. Caso se lembre de algo que gostaria de perguntar, anote e pergunte na próxima consulta.
As demais consultas serão individualizadas para cada gestante. Mas em todas elas o médico vai aferir a pressão arterial, conferir o ganho de peso e a altura uterina da mãe e os batimentos cardíacos do bebê.
Quais exames serão solicitados no pré-natal?
Na primeira consulta seu médico vai pedir uma bateria de exames, entre eles: hemograma completo, glicemia de jejum, tipagem sanguínea e determinação do fator Rh, sorologias para hepatite B, Sífilis, HIV, toxoplasmose, citomegalovírus, exame protoparasitológico de fezes, exame de urina e urocultura, colpocitologia oncótica (Papanicolau). Esse último exame pode ser dispensado, se você o tiver feito no último ano e não houver alterações. Também serão feitas ultrassonografias.
Os exames laboratoriais serão novamente solicitados por volta da 28ª semana da gestação, sendo incluído ainda o exame de tolerância à glicose, específico para detectar a diabetes gestacional. Outros exames podem ser solicitados, de acordo com a avaliação do seu obstetra.
Para que servem os exames laboratoriais feitos no pré-natal?
Os exames no pré-natal incluem os obrigatórios e os complementares, realizados de acordo com a indicação médica. Os exames obrigatórios na gestação são:
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Hemograma completo: importante na avaliação de anemia, comum em gestantes.
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Tipagem sanguínea e fator Rh: essencial para prevenir a eritroblastose fetal, doença causada pela incompatibilidade do sangue da mãe com o do filho, além de otimizar transfusão sanguínea, se necessário.
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Coagulograma: para determinar problemas sanguíneos preexistentes.
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Glicemia de jejum: para conferir se há diabetes.
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Sorologias para hepatite B, VDRL (Sífilis), HIV, toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Todas essas doenças podem causar malformações e até mesmo a morte do bebê. Caso essas doenças sejam identificadas é possível tratá-las para reduzir os riscos de transmissão da mãe para o bebê durante a gestação ou no trabalho de parto. E, caso haja a transmissão, reduzir as sequelas que elas possam trazer para o bebê.
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Protoparasitológico de fezes (exame de fezes): útil na determinação de alguma infecção intestinal.
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Colpocitologia oncótica (Papanicolau): determina alguma alteração no útero, como câncer de colo de útero.
Quais são os exames complementares mais comuns no pré-natal?
Alguns exames complementares podem ser solicitados se houver alterações nos exames rotineiros ou ainda se a condição clínica da gestante exigir. São eles:
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Amniocentese e biópsia de vilo coriônico: indicados na suspeita de doenças genéticas ou para gestantes de alto risco.
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Teste de tolerância oral a glicose: em casos de suspeita de diabetes gestacional, podendo complementar a glicemia de jejum.
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Teste da fibronectina fetal: em casos de suspeita de rompimento prematuro da bolsa.
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Ecocardiograma fetal: auxiliar no diagnóstico de doença cardíaca no bebê.
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Teste de Coombs: solicitado todos os meses caso a mãe tenha o sangue Rh negativo e o pai Rh positivo. A incompatibilidade entre o fator Rh do sangue materno e do feto pode fazer com que o organismo da mãe crie anticorpos contra o Rh positivo do bebê, causando uma doença conhecida como eritroblastose fetal. Se os anticorpos forem detectados no sangue materno, a mulher deve tomar uma vacina específica para essa condição.
Quais são as ultrassonografias realizadas durante o pré-natal?
Em geral são solicitados quatro ultrassonografias ao longo da gestação, podendo ser obstétrica ou morfológica, dependendo da idade gestacional.
O primeiro ultrassom
O primeiro ultrassom é solicitado logo na primeira consulta. Ele é feito via transvaginal, preferencialmente entre a 7ª e a 8ª semana da gestação, quando já é possível visualizar o saco gestacional e os batimentos cardíacos do embrião.
Seus principais objetivos são confirmar a gravidez, saber se é uma gravidez única ou múltipla (com dois ou mais fetos) e se a gravidez é tópica (o embrião cresce dentro do útero) ou ectópica (o saco gestacional está fora do útero, nas trompas). Nesse segundo caso, geralmente é necessária uma intervenção cirúrgica.
O primeiro ultrassom também é utilizado para precisar o tempo de gravidez e compará-lo à data da última menstruação informada pela mulher. Esses dados são importantes para determinar a data prevista para o parto — definida ao fim de 40 semanas, embora a gestação possa se estender até a 42ª semana.
O segundo ultrassom
A segunda ultrassonografia deve ser feita, preferencialmente, entre a 11ª e a 14ª semanas de gestação. Ela é chamada de ultrassom com translucência nucal e seu principal objetivo é avaliar algumas estruturas fetais, em especial um líquido que fica na região da nuca. O volume aumentado desse líquido pode ser um indicativo de Síndrome de Down ou outras doenças cromossômicas. É importante seguir o tempo recomendado para a realização do exame porque após a 14ª semana essa estrutura já não é mais visível nas imagens de ultrassom.
Caso seja identificada alguma anormalidade, o médico vai solicitar outros exames diagnósticos.
Nesse exame, também é verificada a presença do osso nasal e o ducto venoso do bebê, ambas estruturas também são utilizadas para rastreio de malformações fetais. E também é possível ouvir seus batimentos cardíacos e conferir a idade gestacional.
O terceiro ultrassom
O terceiro ultrassom é o morfológico. Ele é feito entre a 20ª e 24ª semana da gravidez. Nessa etapa é possível enxergar o bebê com mais detalhes, permitindo avaliar se seu crescimento e aparência estão dentro dos padrões de normalidade. Serão avaliados órgãos internos e externos como estruturas cerebrais, coração, rins, pulmões, dedos dos pés e das mãos, etc.
O médico também vai medir o fêmur e a circunferência abdominal e assim, você saberá o tamanho do seu bebê nessa fase! É um exame importante para detectar malformações e também para avaliar se as artérias que levam sangue e nutrientes para o bebê através da placenta estão dentro do esperado. Além disso, é nessa hora que você pode descobrir o sexo do bebê!
O quarto ultrassom
Por fim, o quarto ultrassom é feito no final da gestação, após a 35ª semana. É nesse momento que será analisada a posição do bebê no útero: se ele está cefálico (encaixado no canal de parto), pélvico (sentado) ou córmico (de lado). Também será avaliada a localização da placenta, o volume do líquido amniótico — polidrâmnio quando há muito líquido e oligoâmnio, quando há pouco —, o tônus muscular, respiração e movimentação do bebê, etc. Todos esses dados são de extrema importância para o planejamento do parto e para prever e evitar complicações.
Por que a pré-eclâmpsia é tão perigosa?
A pré-eclâmpsia é uma disfunção dos vasos sanguíneos que pode causar problemas em vários órgãos maternos e também na placenta, dificultando o crescimento do bebê. É uma condição grave que pode acometer até 5% das gestantes e pode levar à morte materna e fetal.
É mais comum a partir da 37ª semana de gravidez, embora possa ocorrer em qualquer momento da gestação, inclusive nas 48 horas após o parto. É de difícil diagnóstico, mas pode ser percebida, principalmente, por quadros de hipertensão arterial e perda de proteína na urina da mulher.
Gestantes podem ser vacinadas?
É importante que, sempre que possível, antes de engravidar a mulher esteja com seu calendário vacinal em dia. Isso porque algumas vacinas, algumas importantes para evitar doenças congênitas, são contraindicadas durante a gestação. É o caso, por exemplo, da vacina tríplice viral, que contém o vírus atenuado da rubéola.
Nas vacinas feitas com vírus atenuado, o vírus ainda está vivo, mas com baixo poder de contaminação, o que não traz riscos para as pessoas em geral. No entanto, para os fetos ainda em formação eles são perigosos e podem causar malformações ou mesmo o aborto.
Outras vacinas com essa composição e que as gestantes não devem tomar são: BCG, catapora, poliomielite, caxumba e sarampo.
De acordo com a condição vacinal da gestante algumas vacinas em atraso poderão ser indicadas. No entanto, mesmo essas, só devem ser tomadas após os três primeiros meses da gravidez, para evitar riscos para o bebê.
Vacinas indicadas no pré-natal
O histórico vacinal da gestante será avaliado pelo obstetra. Para as que estiverem com o calendário atrasado será preciso tomar as três doses contra a hepatite B e as três doses da vacina dT, contra difteria e tétano.
A vacina contra a Influenza, que oferece proteção contra complicações causadas por vírus da gripe, deve ser tomada por todas as gestantes, mesmo as que estiverem no primeiro trimestre da gravidez. Ela é ofertada durante a campanha anual contra a gripe ou durante todo o anos nas clínicas particulares.
Em 2014, o Ministério da Saúde incluiu no calendário de vacinação da gestante a vacina dTpa, contra difteria, tétano e coqueluche. Essa vacina deve ser tomada entre a 27ª e a 36ª semanas de gestação. A inclusão tem o objetivo de proteger os recém-nascidos contra a coqueluche, já que os anticorpos produzidos pela mãe passam para o bebê.
Os casos de coqueluche cresceram muito nos últimos anos, sendo que 87% deles acometeram bebês menores de seis meses. Nessa idade os pequenos ainda não completaram o esquema vacinal e ficam mais suscetíveis à doença. Por isso, a importância da vacinação da gestante para dar alguma proteção ao recém-nascido.
PRÉ NATAL DE ALTO RISCO
O seguimento pré-natal sempre deve ocorrer de forma individualizada e, em determinados casos, é fundamental que o obstetra esteja ciente sobre os maiores cuidados que devem ser tomados. Os principais exemplos de gestantes que devem realizar o seguimento pré-natal de alto risco são:
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Gestantes com idade menor do que 17 anos ou maior do que 40 anos: os extremos da idade reprodutiva aumentam a incidência de prematuridade e morbidade gestacional;
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Grávidas com altura menor do que 1,45 m: maior risco de complicações na hora do parto em decorrência da possível alteração anatômica da bacia;
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Exposição constante a agentes físico-químicos nocivos: maior risco de teratogenicidade e restrição de crescimento fetal;
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Dependência de drogas lícitas ou ilícitas: maior risco de desenvolvimento de abstinência do recém-nascido ao nascimento, além do risco de prematuridade e restrição de crescimento fetal;
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Peso materno inadequado (tanto para obesidade quanto para desnutrição extrema): maior prevalência de prematuridade;
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Histórico de abortamento de repetição;
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Intervalo entre partos menor do que 1 ano e meio: maior incidência de autismo, ruptura uterina, hemorragia intraparto e prematuridade;
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Doenças hipertensivas da gestação, incluindo a pré-eclâmpsia e eclâmpsia;
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Diabetes gestacional;
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Trabalho de parto prematuro;
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Cardiopatias;
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Pneumopatias;
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Neoplasias ginecológicas;
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DSTs;
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Desenvolvimento uterino maior ou menor do que o esperado para a idade gestacional;
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Gestação múltipla, entre outros.
Em resumo, pode-se afirmar que um pré-natal de alto risco é aquele no qual a gestante apresenta alguma condição ou predisposição sociobiológica que pode alterar o desenvolvimento adequado do bebê e interferir no resultado final da gestação.
Como é realizado o seguimento pré-natal de alto risco
É essencial que a gestante, ao saber que a gestação depende de um acompanhamento pré-natal de alto risco, tenha em mente que a atenção deve ser redobrada e que os cuidados devem ser intensificados nessa fase, para que tanto ela quanto o bebê fiquem bem.
Uma gestação de alto risco precisa ser acompanhada mais de perto e com uma frequência maior pelo obstetra, por meio de consultas periódicas e monitorização criteriosa. Dependendo ainda do fator que exige que a gestação tenha um acompanhamento de pré-natal de alto risco, os hábitos de vida da mamãe também podem ser alterados, como o aconselhamento nutricional, repouso físico e tratamentos específicos para que a condição não interfira no resultado final da gravidez. O ideal é sempre seguir a orientação do médico obstetra e ficar atenta a qualquer indício que indique uma possível alteração do processo fisiológico gestacional.
Nas semanas iniciais da gestação, o desenvolvimento embrionário ocorre a um ritmo alucinante. No final do 1º mês da gravidez, às 4 semanas, o embrião é um pequeno disco achatado com aproximadamente 1 mm de comprimento.
O que acontece no seu corpo no 1º mês da gravidez? Do encontro e fertilização do seu óvulo por um espermatozoide, gera-se uma nova vida.
Nas semanas iniciais da gestação, o desenvolvimento embrionário ocorre a um ritmo alucinante. No final do 1º mês da gravidez, às 4 semanas, o embrião é um pequeno disco achatado com aproximadamente 1 mm de comprimento.
O PRINCÍPIO DA VIDA
A idades gestacional começa a contar-se a partir do primeiro dia da última menstruação. Num ciclo menstrual de 28 dias, a conceção pode acontecer por volta do dia 14.
Uma vez o espermatozoide fecunda o óvulo a meio do ciclo menstrual, já tem duas semanas para trás (a 1ª semana onde ocorre a ovulação e a 2ª semana quando se dá a fecundação). Assim, o seu bebé terá sempre menos 2 semanas relativamente à idade da gravidez.
Com a fecundação, os núcleos do óvulo do espermatozoide fundem-se para gerar um novo conjunto de células que se multiplicam e diferenciam freneticamente.
COMO CRESCE O SEU BEBÉ
Ao longo dos primeiros 3 meses da gravidez, o embrião atravessa uma fase de desenvolvimento crucial para a sua sobrevivência: progressivamente desenham-se e constroem-se as estruturas primordiais do corpo e do cérebro.
Pequenino, o embrião atravessa diferentes estádios de formação. As células multiplicam-se, especializam-se, aproximam-se e associam-se a outras células para formar os órgãos e membros do corpo:
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Os órgãos aparecem em forma de esboço e estão em plena formação: o estômago, o fígado, o pâncreas, os pulmões, o aparelho urinário e os intestinos;
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À 4ª semana após a conceção, os neurónios começam a formar-se. Os estímulos que recebe no ventre permitem-lhe começar a tecer as redes do seu sistema nervoso, base para o pensamento, sentidos e emoções;
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A cabeça começa a destacar-se do tronco e aparecem os esboços dos olhos, das orelhas e da boca;
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Com cerca de 25 dias de vida, o embrião já desenvolveu o seu próprio sistema de circulação sanguíneo primitivo, completamente autónomo do sistema da mãe. As células cardíacas já batem.
VOCÊ E O SEU CORPO
Com toda esta atividade a decorrer no seu corpo, é normal que sinta alterações e alguns incómodos. Entre os sintomas mais comuns da gravidez destacam-se:
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Aumento dos seios e tensão mamária;
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Náuseas e vómitos (especialmente matinais);
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Fadiga e cansaço acrescidos e sem motivo aparente;
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Inchaço abdominal;
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Vontade de ir ao WC com maior frequência;
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Alterações súbitas do estado de humor (resultado das profundas alterações hormonais).
Caso não sinta nenhum destes sintomas, isso não significa que alguma coisa de errado se passa consigo. Há mulheres que só suspeitam de uma possível gravidez quando lhes falta o período menstrual e fazem o teste de gravidez.
A CONFIRMAÇÃO!
Quando o óvulo é fertilizado no útero, o corpo produz a Hormona Gonadotrofina Coriónica Humana (GCH) ou Hormona da Gravidez, e é esta hormona que pode ser detetada num teste de gravidez. A principal função desta hormona é manter a gravidez, inibindo a menstruação e a ovulação.
Se o resultado deu positivo, deve marcar uma consulta com o seu médico o mais breve possível.
NUTRIÇÃO NA GRAVIDEZ
A gravidez é um momento especial em sua vida e a boa nutrição é agora, mais importante que nunca. Aquela velha estória "você terá que comer por dois" não é bem verdadeira, você deverá comer pelo dois e não por dois, portanto nada de sair comendo qualquer coisa na hora da fome, você deverá se alimentar de forma equilibrada aproveitando ao máximo os nutrientes dos alimentos, evitando o ganho de peso excessivo para não trazer riscos tanto para você como para seu bebê.
A dieta ideal é aquela que contem todos os nutrientes necessários para a formação, crescimento e desenvolvimento adequado de seu bebê.
Na primeira consulta com o obstetra ele vai dizer se o seu peso está adequado e quais orientações específicas você deverá seguir. Se quiser saber se seu peso está dentro das recomendações utilize o sistema de cálculo on-line deste site.
Se você estiver com o peso muito acima ou muito abaixo de seu peso ideal vai precisar de orientação nutricional específica durante a gestação. Fale com seu médico ou nutricionista.
Aqui você vai encontrar algumas dicas e orientações para que possa se alimentar de forma correta e enfrentar todas as modificações que a gravidez imprime ao seu corpo e até pela alteração emocional.
Alimentaçao saudável
Uma alimentação saudável deve conter quantidades adequadas de nutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas, sais minerais e água). Tanto a falta como o excesso de um ou mais nutrientes podem causar danos ao organismo.
A pirâmide alimentar é um guia alimentar para orientação de uma alimentação equilibrada, ela é dividida em várias partes, cada parte que compõe a pirâmide corresponde a um grupo de alimentos.
Na base da pirâmide estão os alimentos ricos em carboidratos, vitaminas do complexo B e fibras (pães, massas, batatas, arroz etc...) que têm como principal função fornecer energia nosso organismo e são necessários para o sistema nervoso e cérebro de seu bebê.
Logo acima da base estão dois grupos, um composto por vegetais e o outro por frutas, que são fontes de vitaminas (ex: A, C, folato...), sais minerais (ex: potássio, ferro...) e fibras, que têm como função a regulação do nosso organismo além de auxiliar na formação da placenta, vasos sanguíneos, ossos, dentes, pele e cartilagem.
Acima das frutas e verduras estão três grupos, o grupo do leite e seus derivados, o grupo das carnes e o grupo das leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha...). Estes grupos são compostos por alimentos ricos em proteínas, vitaminas A, D,B6 e B12, ácido fólico, ferro, zinco e cálcio, que desempenham uma função construtora no nosso organismo, ou seja, são necessários para o crescimento do útero e seios, desenvolvimento de músculos e sistema nervoso, formação dos diversos órgãos do bebê, bem como da placenta e das membranas que a envolvem. A baixa ingestão de proteína pode levar à má formação da placenta e ainda atraso no desenvolvimento motor, celular e nervoso do feto.
No topo da pirâmide estão os açúcares, os óleos e gorduras. Como podemos observar eles ocupam só a pontinha da pirâmide, portanto devem ser ingeridos em pequena quantidade durante o dia.
Necessidades nutricionais básicas durante a gravidez e lactação
CALORIAS
As necessidades calóricas variam de acordo com o peso pré-gestacional, estágio da gravidez, nível de atividade física e aumento de seu metabolismo basal, de um modo geral, recomenda-se que haja um aumento na ingestão calórica de 300kcal para o 2º e 3º trimestres, não sendo considerada para o primeiro trimestre.
CÁLCIO
O cálcio é um mineral essencial pois participa na formação e manutenção dos ossos e dentes, ajuda a regular os batimentos cardíacos e a contração muscular, é necessário para a coagulação adequado do sangue, auxilia na regulação da pressão sanguínea e no equilíbrio da água intra-celular. Se você não consumir quantidades suficientes de cálcio pode apresentar gengivite, cãibras além de má formação óssea e dentária do feto. Durante a amamentação há tendência à descalcificação dos ossos em virtude da produção do leite para o bebê. As principais fontes de cálcio são os leites e derivados, tofú, sardinhas com osso, os vegetais e leguminosas também são fontes de cálcio porém são menos aproveitados pelo organismo.
FERRO
O ferro é um mineral essencial na formação da hemoglobina (que carrega o oxigênio no sangue) e da mioglobina (que carrega oxigênio nos músculos) sendo que a carência severa provoca anemia. As principais fontes de ferro são: fígado, carnes, ovos, feijão, verduras. Para melhorar a absorção do ferro consuma junto com alimentos ricos em vitamina C (ex: frutas cítricas, tomate, couve-flor, verduras etc) e evite alimentos fontes de cálcio na mesma refeição pois estes diminuem a absorção do ferro.
FOLATO (Ácido fólico)
O folato é uma vitamina hidrossolúvel que atua na produção de núcleo celular (DNA), que determina a formação do bebê. A necessidade de folato durante a gravidez esta aumentada e como a maioria das vitaminas hidrossolúveis, o excesso ingerido é excretado não ficando armazenado no organismo.
A ingestão entre a 4ª e 9ª semana de gestação, ou mesmo antes da gestação, pode prevenir malformações abertas do sistema nervoso central (como por exemplo da espinha bífida).
Os alimentos que contém ácido fólico são vegetais verdes escuros, cereais, leguminosas, ovo e leite.
VITAMINA A
A vitamina A participa no processo visual e no sistema imunológico da gestante além de auxiliar no desenvolvimento celular, crescimento ósseo e na formação do broto dentário. A vitamina A é encontrada em leite e derivados, gema do ovo, fígado, folhas verde escura, batata doce e muitas frutas e vegetais amarelo-alaranjados como laranja, manga, mamão e abóbora.
VITAMINA C
A vitamina C é fundamental para a formação do colágeno, que compõe a pele, ossos, cartilagem e vasos sanguíneos além de auxiliar na absorção de ferro e fortalece o sistema imunológico. As fontes de vitamina C são as frutas (ex: kiwi, laranja, morango, melão, melancia, mamão, abacaxi) e hortaliças (ex: brócolis, pimentões, tomate, couve-flor).
Preocupações comuns na gestação
CAFEÍNA
Os estudos não chegaram a nenhuma conclusão definitiva se a cafeína pode ou não causar problemas durante a gestação, porém a cafeína pode atravessar a placenta e deixar o bebê agitado, reduzir a absorção de ferro e em algumas mulheres causar náuseas e azia, além de interagir com outras substâncias como cigarro e álcool, induzindo a constrição dos vasos sanguíneos do feto. Por estas razões, recomenda-se limitar o consumo diário de café em 4 xícaras (200 a 300 ml).
ÁLCOOL
O consumo de bebidas alcoólicas não é recomendada durante a gestação pois podem levar à conseqüências deletérias ao bebê afetando o sistema nervoso central, atraso no crescimento e retardamento mental.
Recomendações gerais:
Nos primeiros 3 a 4 meses é freqüente a presença de náuseas e vômitos, por isso siga algumas sugestões:
1. Divida ao máximo suas refeições, fazendo de 5 a 6 pequenas refeições durante o dia, em horários regulares, evitando jejuns prolongados e grandes refeições;
2. Mantenha bolacha água e sal, torradas ou cereais secos na mesa de cabeceira, para comer pela manhã, antes de se levantar da cama;
3. Limonada ou limão pode ajudar a controlar a náusea;
4. Evite alimentos com odores e sabores fortes;
5. Evite alimentos gordurosos e muito condimentados.
OBS: Diferentes soluções funcionam para diferentes mulheres, veja o que serve para você. Se tiver náuseas e/ou vômitos por muito tempo, converse com seu médico. Quando se sentir melhor, você irá precisar de uma dieta equilibrada, com alimentos de todos os grupos.
• Coma devagar e mastigue bem os alimentos;
• Consuma pelo menos três frutas por dia, variando os tipos e de preferência com a casca;
• Dê preferência aos grãos integrais (aveia, arroz integral, gérmen de trigo, farelo de trigo, etc), pois são ricos em nutrientes e fibras;
• Beba bastante líquidos ao longo do dia, evitando o consumo durante as refeições;
• Evite excessos de gorduras e açúcares;
• Não sente ou deite logo após as refeições;
Caso você tenha que ficar hospitalizada ou de repouso absoluto:
Reduza o valor calórico da sua dieta, para não ganhar peso além do programado:
Evite alguns alimentos como feijão, repolho, couve-flor, ovo, batata doce, pimentão, cebola e brócolis pois favorecem a formação de gases, provocando assim dor e mal-estar em algumas pessoas que possuem maior predisposição.
EXERCÍCIOS NA GRAVIDEZ
A gestação é um momento mágico, mas também um período em que o corpo passa por diversas transformações. Aumento de peso, surgimento de estrias, pés inchados, dores são alguns dos desconfortos mais comuns. já se sabe, há um bom tempo, que praticar exercícios físicos ajuda a aliviar tais incômodos e é fundamental para uma gestação mais tranquila e saudável. Além disso, traz benefícios para o bebê e também para a mulher depois da gravidez :
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Melhora de dores na região lombar;
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Diminuição dos edemas;
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Melhora do condicionamento cardiorrespiratório materno;
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Controle do ganho de peso;
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Caso a mãe faça a atividade física na água, o bebê quando nasce tem aquele ambiente como já reconhecido;
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Controle da frequência cardíaca do bebê – melhor em mães ativas do que sedentárias.
Mudanças no corpo ao longo da gestação
Para saber quais são as atividades mais indicadas para o período, é fundamental entender primeiramente quais são as mudanças que ocorrem no corpo da mulher em cada fase da gestação.
Primeiro trimestre
Os ligamentos e articulações estão se tornando mais frouxos e instáveis, o que deixa a mulher mais propensa à tensão ou lesões nas articulações e, também, pode causar postura inadequada.
A mulher vai “perdendo gradualmente a cintura” e, em alguns casos em que os exercícios já faziam parte da rotina dela e o corpo está em boa forma, essa mudança pode alarmá-la. Porém, é importante lembrar que o ganho de peso é natural e necessário para o crescimento do bebê.
Principais atividades indicadas para gestantes:
Hidroginástica
A hidroginástica para gestantes é bastante indicada por suas vantagens ao bem-estar físico e emocional. Além de ser o meio mais seguro para o feto. “As atividades aquáticas proporcionam o desenvolvimento de seus exercícios em um ambiente de menor impacto sobre as estruturas articulares e músculos esqueléticas, e propiciam um melhor controle dos parâmetros fisiológicos”, diz Renata.
“Os benefícios alcançados pela hidroginástica na gestação são comprovados cientificamente, e são direcionados no decorrer das aulas para: exercícios de correção postural; uma otimização do fluxo circulatório; melhora do desconforto respiratório; e ainda, por meio de exercícios de relaxamento, permitir um melhor retorno às condições próximas as basais após o exercício, além de promover uma atitude mais tranquila no período gestacional. Atua ainda como importante auxiliador no controle do peso corporal”, acrescenta a professora.
Assim como qualquer atividade, a prática da hidroginástica requer liberação médica e alguns cuidados, como cautela com a temperatura da água (que deve ficar abaixo dos 30 graus) e atenção com os movimentos para não provocar dores nas costas ou lesões mais graves. É fundamental também o acompanhamento de um profissional da área.
Natação
A natação é também uma atividade física muito indicada para o período de gestação. O fato de ser realizada no meio aquático permite que o corpo da mulher receba diversos benefícios vindos das propriedades da água, contribuindo para a melhora de alguns incômodos comuns do período, como inchaço, dores lombares, entres outros.
Além disso, ao se exercitar nesse meio, a gestante provavelmente terá uma sensação de maior segurança, já que na água o risco de quedas e de impactos acentuados é muito reduzido.
Na água, trabalha-se por inteiro o corpo, sem que haja grandes riscos de lesões. Porém, como para qualquer tipo de atividade física com gestantes, é imprescindível a prescrição médica, assim como o acompanhamento de um profissional da área na realização dos exercícios.
É fundamental ainda que a gestação esteja ocorrendo dentro dos padrões. Dessa forma, a natação poderá ser realizada provavelmente até o final da gestação.
Pilates
Pilates é mais uma atividade bastante indicada para a gravidez, principalmente pelo fato de os exercícios se concentrarem nos músculos abdominais e do assoalho pélvico, os quais tendem a se enfraquecer durante a gestação.
A atividade física combina flexibilidade, força, consciência corporal, relaxamento e respiração. Os exercícios são baseados em movimentos feitos ao mesmo tempo em que se contraem o abdômen e os músculos do assoalho pélvico.
Se a mulher já fazia Pilates antes da gravidez, provavelmente poderá continuar. Mas, ainda assim, é fundamental conversar com o obstetra e avisar o(a) professor(a) que está grávida.
Para as mulheres que pensam em iniciar essa atividade durante a gravidez, geralmente a recomendação é que ela seja iniciada só no segundo trimestre.
Vale destacar que algumas posições, como as de bruços ou deitada com a barriga para cima, não são recomendadas a partir do meio da gestação. Por isso, é sempre fundamental contar com as orientações de um profissional especialista no método. O melhor caminho é encontrar ainda uma aula de Pilates voltada especialmente para grávidas, assim o instrutor saberá exatamente o que deve ou não fazer.
Caminhada
Um ótimo exercício para grávidas é a caminhada, pois ajuda a manter a forma física sem sobrecarregar joelhos e tornozelos. Além disso, é uma atividade física que não exige grandes gastos (basta uma roupa e tênis adequados) e, geralmente, pode ser realizada ao longo dos nove meses da gestação. Mas, claro, tudo depende dos hábitos da mulher e das orientações do médico em cada caso…
Se a gestante já tinha o hábito de caminhar antes de engravidar, provavelmente o médico recomendará que ela continue. Porém, se ela era uma pessoa sedentária, deverá iniciar aos poucos, com caminhadas bem leves e, talvez, só no segundo semestre. O ideal é sempre seguir à risca as orientações do médico.
É importante ter sempre em mãos uma garrafinha de água, para evitar desidratação. E também evitar caminhar em horários de sol forte ou quando estiver muito calor. O ideal é sempre usar roupas leves e confortáveis.
Yoga
A Yoga, preferencialmente aliada a um exercício cardiovascular (como a caminhada), é uma boa maneira de manter a forma durante a gestação. A prática ajuda a deixar a pessoa mais flexível, a tonificar os músculos e a melhorar o equilíbrio e a circulação. Isso tudo com pouco ou quase nenhum impacto nas articulações.
É também muito benéfica nesse período porque trabalha com técnicas de respiração e relaxamento (que podem ser extremamente úteis para o parto e, também, depois para lidar com as exigências da maternidade).
Como qualquer outro exercício, a Yoga requer cuidados extras na gestação e deve ser praticada somente se o médico autorizar. É importantíssimo frequentar aulas com instrutores que tenham experiência e conhecimento para trabalhar com mulheres grávidas.
Somente o médico obstetra poderá orientar também quanto à melhor fase para iniciar a Yoga e até que momento da gravidez ela poderá ser praticada.
Mas, vale lembrar: esses são apenas alguns exemplos de exercícios bem indicados para a gestação. O importante é a mulher escolher algo que goste, contar com acompanhamento profissional para realizar os exercícios e, claro, seguir as orientações passadas por seu médico.
ULTRASSONOGRAFIA
O ultrassom obstétrico é atualmente uma das ferramentas mais importantes na rotina do cuidado com as gestantes, sendo importante de maneiras diferentes em todas as fases da gestação.
Importância do ultrassom obstétrico no primeiro trimestre:
- avaliar se a gestação é tópica (intra-uterina) ou não, o número de fetos, eventuais sinais de mau prognóstico (risco aumentado de abortamento) e datar a gestação com pequena margem de erro;
- permite calcular, entre 11 e 14 semanas, o risco de cromossomopatias naquele feto. Isso possibilita a orientação do casal quanto à realização de procedimentos invasivos com coleta de material para prosseguir a investigação genética;
- permite nessa mesma época (11-14 semanas) já avaliar alguns aspectos da anatomia fetal e da placenta;
- permite calcular o risco de desenvolvimento de doenças maternas (como pré-eclâmpsia, com a utilização do Doppler das artérias uterinas);
Importância do ultrassom obstétrico no segundo e no terceiro trimestres:
- avaliar entre 20 e 24 semanas a anatomia e desnvolvimento fetais e da placenta, detectar eventuais malformações e elaborar a partir do quadro hipóteses diagnósticas e propostas terapêuticas e de acompanhamento;
- possibilita realizar a medida do colo uterino, que se sabe, quando curto, está relacionado a maior incidência de parto prematuro;
- permite avaliar ao longo de toda a gestação, mas principalmente no terceiro trimestre, aspectos da vitalidade fetal, de sua velocidade de crescimento e da fisiologia feto-placentária;
- é essencial para guiar procedimentos invasivos como amniocentese diagnóstica ou terapêutica, biópsia de vilo corial, cordocentese diagnóstica ou terapêutica para transfusão fetal intra-útero e biópsias diversas de tecidos fetais. Além de guiar cirurgias fetais (oclusão traqueal com balão, laser de placenta, procedimentos cardíacos fetais, entre outros).
PARTO NORMAL
O parto normal é o modo mais natural de se trazer um bebê ao mundo. Ainda assim assusta pelos relatos de dor e de demora do trabalho de parto que são considerados as únicas desvantagens inevitáveis de uma um processo natural. Mas é possível ter um parto sem dor com a ajuda de anestesia peridural e outros métodos como banho de imersão e massagem, que auxiliam de forma poderosa nessa etapa. Ao mesmo tempo, a realização do parto normal traz benefícios tanto para a mãe como ao bebê, sendo uma recuperação muito mais rápida e oferecendo menos riscos ao nenem. Além disso, a mãe produz hormônios ocitocina e prolactina que irão auxiliar no amadurecimento cerebral do bebê e favorecer a produção de leite para a amamentação.
Até chegar a hora e a dor do parto realmente, iniciará um processo que pode ser longo ou não. O trabalho de parto se inicia com as contrações que começam lentas e quase indolores, podem vir seguidas com dores acentuadas nas costas e algumas vezes acompanhada de diarreia. Essas dores parecidas com cólicas irão aumentar cada vez mais e irão acontecer em intervalos de 3 a 4 minutos. Esse é o processo de dilatação do colo do útero que irá aumentar até 10 centímetros até estar pronto para a segunda etapa.
Cada mulher tem sua maneira de encarar, lidar e tentar amenizar os sinais de trabalho de parto. Caminhar auxilia no processo de dilatação além de aliviar o incomodo das contrações mais fortes que chegam já no final. Banhos mornos, respirar tranquilamente e uma boa massagem também são fortes aliados para se passar por essa experiência de forma proveitosa e tranquila.
A bolsa nem sempre se rompe sozinha, por isso o medico pode optar em estoura-la para que o processo do trabalho de parto seja acelerado. A partir dessa fase, você pode pedir algum tipo de analgesia ou seu próprio medico irá oferecer, fazendo com que consiga relaxar e a dilatação chegar ao seu total proporcionando um parto normal sem dor. Assim que o colo do útero estiver totalmente dilatado, as contrações estarão vindo já em intervalos de 2 em 2 minutos podendo durar até um minuto e a fase da expulsão está próxima.
O ideal é que a mulher encontre a melhor posição para parir, entre os intervalos das contrações se acomode de forma confortável e que a deixe segura. Nessa etapa é comum algumas mulheres sentirem náuseas, frio e muita vontade de defecar, são sintomas normais do trabalho de parto.
Ao chegar à dilatação total, chegou a grande hora. O útero começa a empurrar o bebê para fora, através do canal vaginal. A cada contração, você deverá empurrar para baixo, fazendo que ele desça cada vez mais. O médico avisará quando ele tiver coroando e o momento exato de fazer a força junto da contração, e dessa forma o bebê sairá mais devagar evitando riscos de lacerações no períneo.
Após o nascimento, as contrações irão retornar depois de alguns minutos de forma mais tranquila, e é natural que a mulher sinta vontade de fazer força. É a placenta que agora está se desprendendo da parede uterina e sairá pelo canal vaginal. Após sua saída, a dor desaparecerá e o medico irá controlar as contrações do útero junto do sangramento e de possíveis resíduos que tenham ficado evitando risco de hemorragia pós-parto.
PARTO CESARIANA
A cesarIana é um tipo de parto que consiste essencialmente de um corte no abdômen e outro no útero (passando por outras camadas), que abrem um espaço pelo qual o médico puxa o bebê. Segundo dados do Ministério da Saúde, 40% dos partos realizados no Brasil pela rede pública foram cesarianas; na rede particular, esse número sobe para 85%. Ambas as porcentagens estão bem acima da recomendada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 10 a 15%.
O debate acerca desse número é fervoroso – médicos, especialistas e pacientes têm diferentes pontos de vista sobre a melhor maneira de conduzir um parto, no que diz respeito aos benefícios e malefícios que uma intervenção cirúrgica pode causar à mãe e ao bebê. Aqui, fazemos um “bê-a-bá” da cesárea: tudo o que você precisa saber sobre esse tipo de parto para ajudá-la na sua decisão.
Por que fazer a cesárea?
Existem duas vias que podem levar uma futura mãe até o centro cirúrgico na hora de ter o seu bebê: a da necessidade e a da escolha. A primeira é simples – chegou a hora de o bebê sair, mas isso não acontece. Essa situação pode ocorrer por uma série de motivos. “Às vezes, simplesmente não há dilatação suficiente”, explica a Dra. Alessandra Bedin, ginecologista obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein. Outros fatores de complicação podem ser o posicionamento do bebê, seu tamanho, o cordão umbilical enroscado no pescoço, trabalhos de parto muito extensos (que podem prejudicar a oxigenação do bebê). Nenhuma dessas situações automaticamente faz a cesárea ser obrigatória: caberá ao médico responsável fazer essa avaliação e, caso julgue ser a melhor opção, aconselhar a mãe a optar pela cirurgia
A outra via é a das mulheres que decidem que farão a cesárea antes mesmo de chegar a hora de o bebê nascer. Os motivos para essa escolha são muitos: “Muitas delas têm medo da dor do parto normal, mas essa não é a única razão. O medo de o períneo (região localizada entre a vagina e o ânus, que sustenta todos os órgãos pélvicos) não voltar ao normal após o parto também é grande, assim como o de não chegar a tempo ao hospital se esperarem o trabalho de parto começar naturalmente”, esclarece ela.
Como é a preparação?
“É recomendável que a gestante faça um jejum de 8 horas de alimentos sólidos e leite e de 4 horas para água no período que antecede à cirurgia”, . “Mas isso é relativo. A mulher que tiver que realizar uma cesárea não planejada não terá grandes problemas por não ter jejuado, apenas a possibilidade de sentir um pouco de náusea durante a cirurgia”, completa.
Como é a cesárea?
Dentro do centro cirúrgico, ocorre a aplicação da anestesia, na região lombar da paciente, entre duas vértebras da coluna. A dor da picada não é intensa, mas é perceptível. Existem três variações de anestesia: a raquidiana (ou raquianestesia), a peridural e o duplo bloqueio. Todas prezam pela possibilidade da mãe permanecer acordada durante o parto, mas sem sentir dor do peito para baixo. Qual (ou quais) será utilizada no parto depende de cada caso. “A aplicação da anestesia é direcionada de acordo com a paciente, seu quadro clínico, a situação do trabalho de parto, entre outros fatores.
A diferença básica entre os tipos de anestesia é o local onde o anestésico é aplicado. “A ráqui é administrada muito próxima aos nervos da medula espinhal.. Já a peridural é colocada em um espaço mais distante e com uma membrana separando-a dos nervos. O duplo bloqueio nada mais é que a combinação entre as duas técnicas: um cateter é colocado dentro do espaço peridural para posterior administração do anestésico durante o trabalho de parto”. Além disso, existe uma diferença de intensidade dos medicamentos e tempo do efeito de cada um: a raquidiana é administrada em menor volume (2 ou 3 ml) e tem efeito total em, no máximo, 2 minutos, enquanto a peridural, que leva de 7 a 10 minutos para anestesiar a paciente, pode chegar a um volume de até 30 ml.
Assim que a anestesia faz efeito, é realizada uma incisão transversal de aproximadamente 10 cm na pele, por cima do osso púbico (naquela região conhecida como “linha do biquíni”), e outra menor no útero, cortando oito camadas de tecido no caminho. Rompida a parede uterina e a bolsa das águas, o médico tem acesso ao bebê, que é puxado. Fora da barriga, ele é avaliado por um médico, que verificará sua oxigenação, cortará o cordão umbilical e o entregará para o neonatologista, para uma avaliação mais completa. Tudo correndo bem, ele será mostrado à mãe e entregue ao acompanhante, enquanto a placenta é retirada e os pontos são dados em cada uma das camadas de tecido cortadas.
Caso não haja maiores complicações, a cesárea dura cerca de uma hora.
Pós-parto
Como toda cirurgia, a cesariana tem uma etapa inevitável: o pós-operatório. A intensidade e duração das dores, desconfortos e limitações da paciente variam para cada pessoa, mas, mesmo nos casos mais simples, o pós da cesárea tende a ser pior que o do parto normal.
O que acontece após a finalização dos pontos varia de hospital para hospital. “Em alguns hospitais, já é uma prática comum permitir que a mãe fique na sala de cirurgia por um tempo maior.. “Dessa forma, assim que ela se recupera da anestesia, já pode segurar o bebê e tentar amamentar em um ambiente mais protegido”. Outras instituições normalmente levam a mãe para uma sala para se recuperar dos medicamentos. Após cerca de uma hora e meia, o efeito passa e a mãe pode segurar seu filho.
Independente dos procedimentos da instituição, a recomendação é que a paciente fique de 6 a 12 horas mais quieta, sem fazer esforço. É necessário ficar, no mínimo, 48 horas internada antes de receber alta, mas esse período pode se estender por até 60 horas ou até mais, em casos em que tenha havido algum tipo de complicação durante o parto.
Desse ponto em diante, o desenvolvimento varia de caso a caso. A dor mais intensa deve passar entre 5 e 7 dias, mas dores menores e desconfortos podem chegar a durar semanas ou até meses. Muitas mulheres que optam pela cesárea por medo da dor do parto normal se alarmam ao saber que não conseguirão evitá-la na cesariana também. “A dor é uma defesa“e a não ser que seja acompanhada por sangramento, é perfeitamente natural”. É necessário lembrar sempre que, ao optar por realizar uma cesariana, você está se submetendo a uma cirurgia e a recuperação, por mais tranquila que seja, terá suas dificuldades.
“Com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios, o pós da cesárea não é mais o monstro que já foi. No entanto, r o parto normal apresenta muito menos desconfortos para a paciente, que se sente mais à vontade para se movimentar e cuidar do bebê desde cedo. È aconselhavel a utilização da cinta modeladora para amenizar a dor, mas é preciso discutir sobre a necessidade do uso com o médico antes. Exercícios leves, como yoga, caminhadas e alongamentos, só após 30 dias e apenas com autorização médica.
PÓS PARTO
O período logo após o parto chama-se Puerpério, também conhecido como pós-parto ou resguardo. Dura em torno de 6 a 8 semanas e só termina com o retorno das menstruações.
Em nenhuma outra fase da vida modificações físicas tão grandes acontecem em tão curto espaço de tempo. Todos os órgãos, principalmente os genitais, se recuperam das alterações ocorridas ao longo da gravidez e do parto e nessa fase se inicia a lactação. Além disso, importantes modificações psicológicas ocorrem.
Todas as suas dúvidas devem ser discutidas detalhadamente com o obstetra responsável pelo seu parto, pois é ele quem melhor conhece as particularidades individuais. Aproveite sua permanência na maternidade, também para aprender os cuidados básicos com o bebê. A alta médica geralmente ocorre entre 24 e 36 horas após o parto.
Esclareça algumas dúvidas:
DIETA
Alimentos podem ser ingeridos imediatamente após o parto normal, mesmo quando foi empregada a anestesia local. Se foi empregada a analgesia (raqui ou peridural), algumas horas são necessárias até o término de seus efeitos. Os primeiros alimentos, preferencialmente líquidos, devem ser de fácil digestão e os vômitos e enjôos contra-indicam a alimentação sem autorização médica. Nos dias seguintes, uma dieta equilibrada que forneça em torno de 2500 calorias/dia é fundamental para a manutenção de um bom estado nutricional, para o retorno do peso e contorno corporal, para um bom funcionamento intestinal e uma adequada produção de leite. 0 consumo de proteínas deve ser maior, incentivando a ingestão de carnes magras, peixes, leite, queijo, ovos e leguminosas como a soja e o feijão. Fibras vegetais podem ser obtidas de legumes, verduras, frutas, germe ou farelo de trigo. Sais minerais e vitaminas encontram-se em carnes magras, leite, queijo, ovos, cereais integrais, legumes, verduras e frutas. Beba líquidos em abundância, principalmente leite, suco de frutas e água, pois a amamentação dá muita sede. Evite o excesso de açúcar, farinhas refinadas e também de gordura animal, frituras e condimentos. Evite o excesso de bebidas alcoólicas. No pós-parto, é freqüente a utilização de suplementos vitamínicos, principalmente aqueles contendo ferro.
PESO CORPORAL
Imediatamente após o parto, pela saída do recém-nascido (mais ou menos 3,5 kg), da placenta (mais ou menos 0,5 kg), do líquido amniótico e de sangue (mais ou menos 1 kg), ocorre uma diminuição em torno de 4,5 a 5,0 kg. Outros 1,5 a 2,0 kg adicionais serão perdidos nos próximos 10 dias pela eliminação do líquido retido no organismo ao longo da gravidez.
HIGIENE
Quando se sentir segura de que pode permanecer em pé sem se sentir mal, poderá tomar banho, lavando inclusive os cabelos. Os banhos diários são normais. Não são necessários cuidados especiais para as mamas das mulheres que amamentam. É importante o uso de absorvente genital pós-parto, e eles devem ser trocados com freqüência. Absorventes internos podem ser utilizados assim que a região genital cicatrizar, ao redor de 2 semanas após o parto normal, ou 3 semanas após o parto com episiotomia.
VESTUÁRIO
0 uso diário de um sutiã, proporcionando maior sustentação das mamas, diminui o estiramento dos ligamentos suspensores e da pele, prevenindo futura flacidez. O uso das cintas é opcional, mas não apresenta contra-indicações, devendo apenas ser evitado o desconforto pelo uso excessivamente apertado.
HÁBITOS
Não fume ou utilize drogas ilícitas, principalmente se estiver amamentando. Procure organizar uma rotina, dividindo tarefas que não dependam essencialmente de sua presença, para poder se dedicar mais ao recém-nascido.
VISITAS
As visitas, tanto na maternidade como em casa, não devem ser freqüentes ou prolongadas, pois trazem transtornos à rotina da mãe e do bebê.
DORES
Após o parto, o útero continua a se contrair. Isso é necessário para evitar o sangramento excessivo. Na maioria das vezes, estas contrações são indolores, mas algumas mulheres as percebem como cólicas, que podem ser intensas principalmente durante a amamentação. As dores abdominais originadas da operação cesariana ou as dores da episiotomia devem diminuir dia a dia, sendo perfeitamente controláveis pela utilização de analgésicos recomendados pelo obstetra, quando necessários.
MEDICAMENTOS
Somente podem ser utilizados medicamentos receitados pelo obstetra. Mulheres que amamentam devem ter cuidados redobrados, pois vários remédios passam para o leite e podem prejudicar o bebê.
LÓQUIOS
Assim é chamada a secreção genital que ocorre após o parto. Nos primeiros dias é sanguinolenta, após 10 dias torna-se amarelada, diminui a quantidade e desaparece entre 6 a 8 semanas. Não deve ter cheiro desagradável.
INVOLUÇÃO UTERINA
Após o parto, o útero pode ser facilmente palpável e seu fundo alcança a cicatriz umbilical. Regride progressivamente deixando de ser palpável no abdômen em torno de 2 semanas após o parto.
EPISIOTOMIA
É o nome dado ao corte realizado na região genital com o objetivo de ampliar a passagem para o bebê. É costurado imediatamente após o parto com pontos que caem espontaneamente. Geralmente, não são necessários curativos locais ou outros cuidados além da higiene. Logo após o parto pode ser colocada uma bolsa de gelo no local para aliviar o desconforto.
FUNÇÃO URINÁRIA
A primeira micção pós-parto deve ocorrer espontaneamente em até 8 horas. As micções não devem ser dolorosas e nos primeiros dias o volume é maior devido à eliminação da água retida pelo organismo durante a gravidez.
FUNÇÃO INTESTINAL
Nos primeiros dias pós-parto pode existir uma tendência a persistir a constipação intestinal que ocorre na gravidez. A evacuação também fica prejudicada pelo receio de dor na região anal, por isso a primeira evacuação após o parto pode demorar alguns dias, principalmente se foi realizada a lavagem intestinal antes do parto. Eventualmente remédios laxativos podem ser receitados. Na região anal, podem aparecer ou se agravarem as hemorróidas, necessitando de cuidados específicos.
AMAMENTAÇÃO
Até os 6 meses de vida, o leite materno é o alimento ideal pra o bebê, não havendo necessidade de dar ao bebê nada além disso, mesmo que seja água ou chás para cólicas. No entanto, quando não é possível amamentar, deve-se dar fórmulas infantis específicas para a idade do bebê, em quantidades e horários de acordo com a orientação do pediatra.
A alimentação complementar deve iniciar aos 6 meses para bebês que mamam, e aos 4 meses para crianças que usam fórmulas infantis, devendo sempre iniciar com frutas raladas ou alimentos em formas de papa, como purês e arroz amassado.
Vantagens do leite materno
O leite materno tem todos os nutrientes necessários para o crescimento do bebê, trazendo mais benefícios do que as fórmulas infantis, que são:
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Facilitar a digestão;
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Hidratar o bebê;
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Levar anticorpos que protegem o bebê e fortalecem o seu sistema imunológico;
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Diminuir riscos de alergias;
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Evitar diarreia e infecções respiratórias;
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Diminuir o risco de o bebê desenvolver obesidade, diabetes e hipertensão no futuro;
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Melhorar o desenvolvimento da boca da criança.
Além das vantagens para o bebê, a amamentação é gratuita e também traz benefícios para a mãe, como prevenir câncer de mama, ajudar na perda de peso e fortalecer a relação entre mãe e filho. A amamentação é recomendada até os 2 anos de idade, mesmo que a criança já se alimente bem com as refeições normais da família.
Quando amamentar
O bebê deve ser amamentado logo após o nascimento, e sempre que sentir fome ou sede. A amamentação deve ser em livre demanda, o que significa que não existem horários fixos nem limites de quantidades para as mamadas.
É comum que as crianças que mamam se alimentem um pouco mais que as que tomam fórmulas infantis, pois o leite materno é mais facilmente digerido, o que faz com que a fome apareça mais rápido.
Posição certa de amamentar
Durante a mamada, o bebê deve estar posicionado de forma que fique com a boca bem aberta para sugar o bico do seio da mãe sem causar lesões e feridas, o que causa dor e dificulta a amamentação.
Além disso, deve-se deixar a criança secar todo o leite de um seio antes de mudar para o outro, pois assim ele recebe todos os nutrientes da mamada e a mãe evita que o leite fique empedrado no seio, causando dor e vermelhidão, e impedindo que a mamada seja eficiente.
A alimentação do bebê dos 0 aos 12 meses começa com leite materno ou mamadeira até aos 6 meses e depois vai-se dando ao bebê alimentos sólidos, como legumes, frutas, mingaus, carne, ovo e peixe, por exemplo, por uma ordem específica de acordo com o desenvolvimento do bebê para que o bebê consiga digerir corretamente esses alimentos e não tenha alergias.
O dia alimentar do bebê tem, geralmente, 6 refeições: café da manhã, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. Alguns bebês sentem necessidade de mamar durante a noite, fazendo mais uma refeição. Quando o bebê chega aos 12 meses, apenas o café da manhã e a ceia devem ser leite e todas as outras refeições devem ser realizadas com alimentos sólidos comidos com colher.
Seguem-se indicações de um esquema alimentar padrão para bebês dos 0 aos 12 meses de idade:
Entre 0 e 6 meses
Apenas leite materno sempre que o bebê quiser ou 6 a 7 mamadeiras de leite em pó adaptado e, neste caso, também deve ser oferecida água ao bebê. Sempre que possível, até aos 6 meses, deve ser dado ao bebê exclusivamente leite materno devido à imaturidade intestinal e capacidade limitada de digestão próprias dos bebês. Saiba mais em: Água para o bebê.
Entre os 4 e 6 meses
Introduz-se purê de legumes e frutas, assim como mingaus, começando pelos legumes de preferência. Os mingaus aos 6 meses devem ser com glúten. Saiba mais em: Alimentação do bebê aos 6 meses.
Ente os 6 e os 7 meses
Adiciona-se carne de frango ou peru, por exemplo, ao purê de legumes ou sopa, em horário de almoço. Veja mais em: Alimentação do bebê com 7 meses.
A partir dos 8 meses de idade
O bebê deve estar fazendo 4 refeições de alimentos sólidos. Nesta fase é adicionado à alimentação do bebê iogurte e gema de ovo. Saiba como introduzir na alimentação do bebê esses alimentos em: Alimentação do bebê - 8 meses.
Entre os 9 e 12
Pode-se adicionar peixe, massa, arroz, ervilha e feijão, por exemplo, e após um ano o bebê já pode comer um ovo inteiro. Veja mais orientações para adicionar esses alimentos na dieta do bebê em: Alimentação do bebê dos 9 aos 12 meses.
Após 1 ano de idade o bebê pode comer de tudo, devendo ter cuidado com o tamanho dos alimentos e seguir uma alimentação saudável com poucas gorduras e açúcares.